terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Democracia e Ditadura



I – Democracia e ditadura no capitalismo

Em que reside a democracia no capitalismo? Em democracia para os ricos e para as classes dominantes, em decorrência da ditadura e falta de liberdade para as classes trabalhadoras. A democracia burguesa se baseia na crença de que o multipartidarismo garante a democracia e liberdade para o povo. Porém, quem tem condições de ocupar-se com política? Quem tem tempo de estudar sobre a situação política de seu país? Quem pode receber uma boa educação em um bom colégio para poder entender a situação política, história e econômica de seu país? A burguesia, logicamente. Desta forma, a democracia na sociedade capitalista destina-se unicamente para a burguesia.

Lênin, revolucionário russo e estadista soviético, discute essa questão em seu livro O Estado e a Revolução quando diz: “os escravos assalariados de hoje, em conseqüência da exploração capitalista, vivem por tal forma acabrunhados pelas necessidades e pela miséria, que nem tempo têm para se ocuparem de ‘democracia’ ou de ‘política’, no curso normal e pacífico das coisas, a maioria da população se encontra afastada da vida política e social” (Lênin, p. 107).

Assim, vemos que no capitalismo existe democracia para a burguesia, porém, ditadura para o restante da sociedade. Esta ditadura burguesa não se da somente no campo político. Está presente também no campo ideológico. Na verdade, a ditadura política submete-se a ditadura ideológica.

A ditadura burguesa ideológica começa logo na infância. As escolas são na verdade campos de doutrinação burguesa com um ensino monótono, autoritário, positivista, acrítico, factual e desprovido de lógica. Quando você passa a acreditar que a educação burguesa é a única e imutável forma de ensino, você passa a ter repulsa a qualquer tipo de educação e leitura. A educação extremamente chata aplicada nos colégios de forma autoritária tem como objetivo desestimulá-lo a ler, a pensar e a questionar.

É dito nos colégios: “você tem de estudar para passar no vestibular”. Porém, não nos ensinam a questionar o porquê de não haver educação gratuita ao alcance de todos. É dito: “você tem de votar em bons candidatos, não pode ser um alienado político”. Porém, não ensinam nas escolas o que faz um deputado ou para que serve um senador. Não ensinam política.

Assim, você começa a achar que se não passou no vestibular a culpa é inteiramente sua, somente sua. Acha que se a política não está boa é simplesmente porque você não votou em bons candidatos. A imagem que você recebe é de que não há nada de errado com a sociedade ou com o sistema, mas sim com você mesmo. Se você é pobre, é porque você não se esforçou o suficiente. Se você persistir, você poderá ser rico como o cidadão modelo.

Desta forma, a escola cumpre o seu dever de levar o ser humano a se subordinar ao sistema capitalista. O que se ensina é se integrar ao sistema, e não mudar o sistema. Porém, a verdade é que a culpa de todos os nossos males e da sociedade é justamente este mesmo sistema capitalista ao qual todos buscam se integrarem.

A ditadura ideológica continua em outros aspectos culturais da sociedade para que você perceba o capitalismo como um modelo único para a sociedade. Para que você ache que o capitalismo é eterno e que nunca poderá ser alterado. Para que você acredite que a sociedade sempre foi assim e sempre será. Que sempre existiram ricos e pobres, violência, corrupção, guerras e que nada poderá alterar a ordem das coisas.

Utilizaremos aqui o exemplo de filmes e programas de TV para explicar como funciona melhor essa dominação ideológica. Nos filmes futurísticos sempre nos passam a imagem de uma sociedade desenvolvida tecnologicamente e com grandes instrumentos modernos. Porém, o que não se alteram nesses filmes ou programas são as relações sociais. Nesses filmes, ainda existem ricos e pobres, ainda existem relações comerciais, ainda está presente a exploração e a pobreza. Vemos isso melhor em filmes futuristas como Minority Report - A Nova Lei, De Volta Para o Futuro, O Homem Bicentenário, Eu Robô, Futurama, dentre outros.

E não só filmes futurísticos, mas também outros como Flinstons, Família Dinossauro, Guerra nas Estrela. Tais filmes tem como objetivo nos convencer de que desde os primórdios da humanidade, e em qualquer lugar do universo, o modelo de realidade existente é o capitalismo e que ele nunca será alterado.

A ditadura ideológica está presente também nas propagandas que nos convence de que você só é alguém se consumir. Assim, toda a sua vida é dedicada ao consumo. O modelo de felicidade estabelecido no capitalismo é do ser bem sucedido economicamente. Ganhar na loteria também vale como modelo de felicidade. O empresário bem sucedido, eis o modelo a seguir.

Para tal, você terá de trabalhar. A sua vida passa a girar então em torno do trabalho. Você vive para trabalhar e não pensa no valor social de seu trabalho e em que isso vai ajudar ao próximo. Pensa-se sim na gratificação financeira. O capitalismo doutrinando então a colocar o “eu” em primeiro lugar gera o individualismo. Pense somente em si. Que o outro “se vire”, como você também está “se virando”.

Pensando somente no “eu”, faço uma pergunta: “porque pensar em política?” A política é um órgão social que tem por objetivo regular os interesses da sociedade como um todo. Porém, como a ditadura ideológica do capitalismo ensinou a pensar somente em si, a política não desperta muito interesse, visto que é um órgão coletivo. É neste sentido que a ditadura política está subordinada a ideológica.

A participação popular na dita “democracia” está restringida ao voto. Mas esta própria participação limitada pelos trabalhadores na política tem de ser estritamente controlada e manipulada.

Segundo Paul Valéry, filósofo e poeta francês, “a política foi, inicialmente a arte de impedir as pessoas de se ocuparem do que lhes diz respeito. Posteriormente, passou a ser a arte de compelir as pessoas a decidirem sobre aquilo de que nada entendem.”

Se uma pessoa não sabe o que faz um deputado federal, como ela pode ter discernimento para eleger um? Se não entende a diferenciação entre partidos de esquerda e de direita, como poderá ter coerência no voto? Assim, o ano de eleição é marcado pelo grande esforço das classes dominantes de alienar o eleitor do processo eleitoral.

Os debates entre os candidatos ocorrem sempre tarde da noite e bem próximo ao dia da votação. Os debates são compostos por falatórios sem sentido e acusações mútuas. Os poucos eleitores que assistem não compreendem o que está sendo dito, votando então no que usou de mais demagogia e fez mais promessas.
Não se têm vez no processo eleitoral os partidos verdadeiramente de esquerda. Estes são isolados da disputa nas eleições. Não tem espaço para os candidatos que querem verdadeiramente alterar o sistema capitalista, este que é a causa verdadeira dos nossos males. Assim, quando a mesma corja de políticos de sempre chega ao poder, a mídia torna a colocar a culpa no povo, dizendo que a política está assim porque o povo não soube votar.

O povo então acha que nenhuma mudança é possível vinda de si mesmo. Passa a depender inteiramente de seu líder. Acha que a “democracia” limita-se as urnas. Assim, o trabalhador alheia-se por completo da política brasileira, fincando esta a cargo dos grandes burgueses. Esta é a ditadura política burguesa. Os trabalhadores não têm participação nela. Porém, a burguesia chama de democracia justamente porque é uma democracia para a eles. Democracia para os burgueses votarem e serem votados, liberdade para explorar, liberdade para manipular. Liberdade para lucrar. Está é a liberdade da burguesia.

O cientista político brasileiro Francisco Weffort diz em seu livro O Populismo Na Política Brasileira: “A massa volta-se para o Estado a espera dele ‘o sol ou a chuva’, ou seja, entrega-se de mãos atadas aos interesses dominantes”. Ao depositar o seu voto nos burgueses que dominam a cena política de nosso país, o proletariado resolve se entregar totalmente à mercê da classe dominante.

No Brasil, os dois candidatos da situação nas eleições presidenciais de 2010 eram Dilma (PT) e Serra (PSDB). Nenhum dos dois candidatos apresentaram em seus programas sinais de que quando chegassem ao poder, iriam romper com o sistema neoliberal estabelecido. Buscavam simplesmente dar continuidade ao sistema, “melhorar o sistema”. Mas como já foi dito aqui, é o próprio sistema capitalista a origem dos males. Tem de se destruir o sistema para que a condição de vida da população melhore. Mas isto não é dito para o trabalhador, e nem discutido nos debates.

A mídia, antes mesmo de quaisquer notícias mais esclarecedoras sobre as eleições, já mostrava em suas pesquisas eleitoreiras e manipuladas que Dilma e Serra estavam na frente e que votar em qualquer outro era perda de tempo, pois só Dilma ou Serra tinham possibilidade de vitória. Desta forma, já excluíam qualquer outro do sistema eleitoral. Desta forma, a burguesia conseguiu colocar na disputa dois candidatos que representariam somente ela mesmo.

Para a direita esclarecida, o governo lulista foi muito bom, colocando os pobres em seu devido lugar, na fila para esmolas, que para os pobres se chamava Bolsa-Família. Para os mais reacionários, o governo do PT ainda é visto como desconfiança preferindo-se votar no Serra. Mas até a direita mais esclarecida atiça a disputa PT X PSDB, fazendo os trabalhadores acreditarem que é uma questão de vida ou morte votarem em Dilma, sendo que tanto um quanto o outro estão a serviço da burguesia.

Com acusações diretas da burguesia a Lula e ao PT, muitos se posicionaram a favor de Dilma, achando que esta estaria a favor do povo. Porém, tanto Dilma quanto Serra são bonecos controlados pela grande burguesia. A classe que detinha o poder no governo Fernando Henrique eram a burguesia e os latifundiários. Oito anos após o início do governo Lula, a mesma classe contínua do poder. Assim, aqueles que votaram na candidata de Lula, apoiaram a continuidade desta classe no poder, o tratamento de pobres como mendigos a espera de esmolas, a repressão e a não efetivação da reforma agrária. Entregaram toda a sua autonomia ao Estado e a burguesia.

Sobre isso, cabe-nos colocar aqui trechos da obra de Bakunin chamada A Ilusão do Sufrágio Universal. Segundo Bakunin, “o povo não tem tempo livre ou educação necessária para se ocupar de governo. Já que a burguesia tem ambos, ela tem de ato, se não por direito, privilégio exclusivo. É verdade que, em dia de eleição, mesmo a burguesia mais orgulhosa se tiver ambição política deve curvar-se diante de sua Majestade, a Soberania Popular. Mas, terminada a eleição, o povo volta ao trabalho, e a burguesia, a seus lucrativos negócios e às intrigas políticas. Não se encontram e não se reconhecem mais. Como se pode esperar que o povo oprimido pelo trabalho e ignorante da maioria dos problemas, supervisione as ações de seus representantes?”.

Vendo que existe um obstáculo enorme entre os políticos e o povo, como esperar que estes representem a classe trabalhadora? Os políticos dominam o poder de Estado justamente para poder oprimirem os pobres e cuidarem de seus próprios negócios. Desta forma, passaremos a discutir no próximo capítulo, porque a democracia só poderá ser verdadeira no socialismo e qual o papel da ditadura no socialismo.

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P.S. Olá amigos. Esse é o primeiro capítulo de um texto que eu escrevi sobre Democracia e Ditadura. no primeiro capítulo eu tratei de discutir ditadura e democracia no sistema capitalista. no segundo discuto sobre democracia e ditadura no socialismo. O segundo capítulo é menor do que esse último que acabei de postar no blog. não coloquei tudo junto se não iria ficar muito grande. Espero que gostem do texto e leiam até o final. Voltem depois para ler o segundo capítulo. E só uma coisa: comentem nos posts. Isso ajuda aos editores do blog a ver que tem gente interessada nos textos e ver a opinião de cada um sobre o assunto. Nos incentiva também a manter o blog vivo.

Sobre o Aniversário de Stálin que foi hoje/ontem (21 de dezembro), acho que não merece nada de especial aqui no blog. Stálin deturpou o socialismo, e hoje em dia ele tem o nome manchado por causa dele. Então, prefiro postar esse texto do que algo sobre stálin. Abraços camaradas, e bom natal.

7 comentários:

  1. Parabéns camarada a cada dia se superando,lembre-se o socialismo sempre estará vivo.Todos os lugares tem as chamas do Fogo Vermelho!!!


    Continua assim,voc~e terá um futuro brilhante!!


    abraços!!!

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  2. Li seu texto de cima achei muito bom, apesar de não concordar com o fato de que a experiência da Russia de Stalin acabou com o Socialismo, ele errou sim e muito, mas teve seus acertos também. Enfim acredito que devemos desapegar dessa disputada, dogmatica diga-se de passagem, entre Trostck e Stalin. Mas desse segundo texto não gostei nem um pouco, sua analise conjuntural é péssima (na minha humilde opinião). Você bebeu muito da fonte do PSTU, PSOL, Consulta, PCO e toda essa esquerdalha que quando um operário assumiu o poder preferiu fazer córum com veja, folha de SP e toda essa burguesia racionaria. Acham que PSDB e PT são farinha do mesmo saco e gostam da política de quanto melhor pior. Enfim isso faz parte do processo democrático discordâncias de ideia, na esquerda então o que mais tem é divergências, mas acredito que vai ter um momento em que todos estaremos nas mesma fileras (igual no Chile quando Aliende unificou toda esquerda) lutando pelo Socialismo. Bom os textos, apesar de discordar e muito. Saudações Socialistas.

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  3. Muito bom seus textos! e concordo com a grande maioria de tudo o que foi dito. Acredito que educação neste país e em tantos outros capitalistas é TUDO; uma grande forma (se não a melhor) de fazer com que gerações futuras abram seus olhos e se libertem da alienação.

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  4. Olá, sou leitor novo do blog. Li essa 1º parte "Ditadura e Democracia" burguesas e achei muito boa a análise que você faz da super e infraestrutura do sistema capitalista, mesmo achando que o texto tem um pouco de demagogia revolucionária do PSTU, PSOL e etc.
    Mesmo concordando que a política do PT e do Lula estão mancomunadas com a política econômica atual - neoliberalismo - que, aparentemente, o PT tanto criticou e que foram serviçais à direita neoliberal, com uma política assistecialista(bolsa familia), mesmo assim a análise dos 8 anos do governo Lula é complexa.
    O governo Lula, resumidamente, foi um governo que esteve muito mais próximo do "povo" do que qualquer outro deste país(mesmo achando q não é c/ propaganda um tanto quanto ilusória q se governa 1 país), além de ter sabido manter boas relações com países vizinhos(Venezuela, Bolívia, Honduras, Cuba) e do oriente(Irã), coisa que a Turma do Serra, não iria quer fazer jamais. Fechar os olhos p/
    essas poucas diferenças, fazendo uma comparação arbitrária e não muito profunda das políticas do PT e do PSDB não é muito certo.
    Não considero, so p/ ficar claro, o gov.d Lula cmo o melhor q páis já teve, mas acredito qe ele marque um diferencial na conscientização politica do povo, votando em candidatos qe vieram dele.

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  5. Continuando a análise do texto: Não sei até onde
    a proposta política dos outros candidatos que concorreram à presidência (Marina Silva e Plínio Arruda) mudaria alguma coisa no país.
    O discurso bonito da candidata Marina Silva de "desenvolvimentismo autossustentável" não convencia, pois não sei o que ela conseguiria fazer com uma bancada parlamentar ainda toda ruralista e latifundiária (vide Sarney, presidente do Senado)e, tendo visto não aguentar a pressão, pediu demissão do cargo de Ministra do Meio Ambiente; os votos que ela recebeu só serviram para levar o Serra p/ o 2º turno.
    O discurso sarcástico revolucionário de Plínio Arruda, confesso que me tocou; seu humor ácido, seu espírito de eterno adolescente e suas tiradas sarcásticas eram certeza de riso certo, mas todas suas grandiosas promessas e sua crença de mudar o capitalismo para socialismo através da via institucional, me pareceram um tanto quanto irreais e o próprio povo, não acreditando nisso, o demonstrou nas urnas.
    Chagar ao socialismo por via institucional sem apoio de algum setor da sociedade, além do povo, que esteja realmente armado é algo muito complicado, quase impossível se acreditarmos que a direita o permitiria assim facilmente, sem reagir. Nem no caso do Chile, com Allende, tivemos uma vitória institucional pacífica, como creem muitos, pois antes da eleição a temperatura da luta de classes naquele país estava bem quente, o que só fez aumentar depois de sua eleição; muito menos na Venezuela, que mesmo que Hugo Chavez tenha vencido nas urnas,a figura armada estava presente nos militares, que estavam prontos a agir a qualquer tentativa da direita em inviabilizar o seu governo. Hoje, no Nepal, o partido comunista chegou ao poder por meio do voto, mas foi só a direita tentar impedir a posse qe o grupo armado q apoiava o partido interveio.
    Só para terminar, não concordo com sua opinião em dizer que Stalin tenha deturpado o socialismo.
    Nem Marx ou Engels e muito menos Lenin eram videntes, para dizer que o socialismo seria "assim ou assado"; eles apenas disseram como seria uma sociedade aonde os meios de produção não estivessem nas mãos de privados, mas sim nas do coletivo, a principio controlado pelo Estado proletário e onde a produção seria direcionada para as necessidades das pessoas, e não do mercado. Temos que ter em mente que URSS foi a 1º grande experiência de um país socialista no mundo, por isso, os soviéticos não poderiam sair por aí fazendo a revolução mundial, como queria Trotsky, pondo a perigo a revolução de outubro; e entendendo tbm que a revolução socialista é algo subjetivo do proletariado de cada país e não imposta por outro, que tem como dever ajudar da melhor maneira q encontrar os outros países sem se comprometer; e a URSS na época de Stalin fez isso. Por isso considero a visão de Stalin mas acertada para o momento histórico. Leiam Enver Hoxha, grande marxista-leninista da Albânia e Mao Zedong
    Por isso todos os erros vieram disso: de a URSS ser a 1° experiência socialista no mundo; de todas as dificuldades internas e externas que esta nação enfrentou para se desenvolver e se preparar para a guerra que enfrentou sozinha contra os nazistas e de Stalin ter sido um homem como qualquer outro, sujeito a erros, e não um deus. Criticar Stalin assim sem um aprofundamento em seu momento histórico é fazer o jogo dos reacionários, dos derrotistas, dos revisionistas e, infelizmente, dos trotskistas q causou a divisão do comunismo internacional e foi uma das causas da queda da URSS

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  6. Parabéns pelo texto companheiro, compartilho da mesma visão e esforço-me para quebrar com essa perspectiva de sociedade de consumo exacerbado. Nosso trabalho é de formiguinha mas não podemos desanimar. Continue assim, escrervendo bons textos.

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