"Que as classes dominantes tremam à idéia de uma revolução comunista." (Karl Marx)
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Reflexo sobre a ''democracia'' capitalista
A grande quantidade de informações existentes na globalização e na internet não é um exemplo nem uma adição da democracia. Na verdade, essa abundância de informações tende a degenerar a democracia pelo seguinte raciocínio: Vivemos em uma sociedade de consumidores. Nesta, tende-se a inovar e jogar fora os produtos para manter o consumismo funcionando. Essa prática aplica-se às informações também: Para que ''perder tempo'' com um livro se há um mundo inteiro de informações? Pois então, as pessoas não lêem mais livros pois elas tentam absorver toda a informação disponível através de atalhos (resumos, frases prontas) na tentativa de serem mais flexíveis e conhecerem tudo. Com isso, os livros são substituídos por frases e as discussões são substituídas por imagens. Concluindo: afirmar então que o capitalismo é democrático pois fornece informações de todas as ideologias é uma falácia. Esse fornecimento aliado ao pouco tempo que as pessoas têm para pensar hoje em dia e à própria prática do consumo tende a tornar o pensamento atual mais pobre. Os livros que estão a venda são uma fachada para dizer que a democracia existe, porém, estes nunca serão comprados.
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Democracia e Ditadura
II – Democracia e Ditadura no Socialismo
No Manifesto do Partido Comunista, Marx diz: “na sociedade burguesa, o capitalismo é autônomo, enquanto o indivíduo que trabalha não tem autonomia nem personalidade. À supressão dessa relação a burguesia chama supressão da personalidade e da liberdade. E com toda razão! Trata-se, de fato, da supressão da personalidade, da autonomia e da liberdade do burguês.”
O futuro Estado Socialista pretende suprimir a democracia burguesa. Uma democracia de privilégios não se encaixa no conceito de uma democracia para todos. A democracia só será real quando deixar de servir a uma ínfima minoria. A democracia será real quando não existirem mais classes sociais.
A liberdade e democracia para todos serão alcançadas quando o mundo todo chegar ao estágio comunista da revolução. Quando não existirem mais exploradores, ricos e pobres, classes sociais. Quando atingirmos esse estágio, poderemos falar de uma democracia para todos. Porém, para se alcançar o comunismo é necessário passar pela etapa socialista. No socialismo, a ditadura do proletariado é necessária para se romper com a resistência dos capitalistas.
Lênin discute essa questão muito bem, ainda no livro O Estado e a Revolução, quando diz: “A ditadura de uma classe é necessária, não só a toda a sociedade dividida em classes, em geral, não só ao proletariado vitorioso sobre a burguesia, mas ainda em todo o período histórico que separa o capitalismo da sociedade sem classes do comunismo” (Lênin, p.44).
Podemos ver então que a ditadura do proletariado é necessária enquanto não se extinguem as classes sociais. No período de passagem do capitalismo para a sociedade sem classes do comunismo, a ditadura do proletariado é necessária para quebrar a resistência da burguesia.
A ditadura do proletariado é então democrática para o povo e ditatorial para a burguesia, enquanto a democracia burguesa é “democrática” para a burguesia, porém ditatorial para o restante da população. Lênin continua a dizer: “A ditadura do proletariado, período de transição para o comunismo, instituirá pela primeira vez uma democracia para o povo, para a maioria esmagando ao mesmo tempo, impiedosamente, a atividade da minoria, dos exploradores. Só o comunismo está em condições de realizar uma democracia realmente perfeita” (Lênin, p. 111).
Porém, o que fazer para que essa ditadura do proletariado não se torne uma ditadura contra o proletariado? Na Rússia stalinista, a ditadura da classe trabalhadora tornou-se ditadura do partido único contra a toda a sociedade. Na Rússia, quebrou-se sim a resistência da burguesia, porém, também era perseguindo e acusando de contra-revolucionário a todos aqueles que não pensassem igual ao Partido. O socialismo soviético foi construído de forma unilateral e autoritária pelo partido e seus burocratas e não de forma dialética com a participação popular e de outros grupos ou até mesmo partidos de esquerda. Desta forma, os trabalhadores também passaram a ser reprimidos por essa nova ditadura e privados de sua liberdade.
O que fazer para que isso não ocorra novamente? A necessidade de repressão dos trabalhadores se deveu a não-conscientização dos mesmos. Vistos que muitos deles se encontravam alienados do processo político na época capitalista, ainda permaneceram alienados no socialismo. Desta forma, muitos deles poderiam passar para o lado da burguesia, influenciados pelo discurso demagogo e apelativo destes. A burguesia, em seu discurso, diz que na época do capitalismo existia liberdade e que agora o que existe é ditadura. A ditadura destina-se a classe burguesa, mas esta faz parte do povo acreditar que a ditadura é sob toda a sociedade. Desta forma, parte dos trabalhadores passa a apoiar a burguesia, existindo a necessidade então do Estado ampliar a sua ditadura a setores da população.
A única alternativa para que isto não ocorrer é justamente a conscientização dos trabalhadores. Antes de se por fim a ditadura política da burguesia é necessário por fim a ditadura ideológica da burguesia.
Necessitamos então primeiramente de uma revolução ideológica. É necessário que o povo se conscientize, pois caso o contrário, não haverá revolução. E como será essa revolução ideológica? Através das escolas? Também. A escola é uma forma de dominação burguesa, como já foi visto aqui. Por isso torna-se necessário que os marxistas invadam as escolas, principalmente nos ensinos de história, geografia, literatura, ciências sociais e filosofia. O ensino deve passar a favorecer a classe operária, e não a burguesia. Porém, é necessário também a conscientização por outras formas. Discursos públicos, panfletagem, peças teatrais, manifestações, greves, dentre outros. O partido, no qual devem se agrupar os revolucionários tem de realizar tais funções. Atualmente, a maioria dos partidos da esquerda brasileira limita-se a reuniões e congressos no qual participam apenas intelectuais pequeno-burgueses. O linguajar utilizado por esses partidos são por demais teóricos e complicado. Um partido comunista tem de se expandir. Chamar a atenção das classes mais baixas. Recrutar membros nos colégios, faculdades, fábricas, associações de trabalhadores, etc. Abrir sua visão única de mundo, para uma mais diversificada com o objetivo de também atingir setores religiosos.
Em outras palavras, o partido tem de se reformular, abandonar o modelo de socialismo do século XX e abrir-se para uma nova visão de mundo além do bolchevismo. Aplicar a dialética, pensar na aplicação de um socialismo brasileiro. Tem também de se unirem uns aos outros, ultrapassando a velha discussão sem sentido sobre Stalinismo X Trotskysmo. Só com união e reformulação, o movimento comunista brasileiro estará apto a levar adiante o comunismo para a América latina e para o mundo. Caso contrário, o comunismo estará condenado a ser uma lembrança distante na história mundial.
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Está ae galera. Assim eu completo o meu texto com este segundo capítulo. Abraços, feliz natal.
No Manifesto do Partido Comunista, Marx diz: “na sociedade burguesa, o capitalismo é autônomo, enquanto o indivíduo que trabalha não tem autonomia nem personalidade. À supressão dessa relação a burguesia chama supressão da personalidade e da liberdade. E com toda razão! Trata-se, de fato, da supressão da personalidade, da autonomia e da liberdade do burguês.”
O futuro Estado Socialista pretende suprimir a democracia burguesa. Uma democracia de privilégios não se encaixa no conceito de uma democracia para todos. A democracia só será real quando deixar de servir a uma ínfima minoria. A democracia será real quando não existirem mais classes sociais.
A liberdade e democracia para todos serão alcançadas quando o mundo todo chegar ao estágio comunista da revolução. Quando não existirem mais exploradores, ricos e pobres, classes sociais. Quando atingirmos esse estágio, poderemos falar de uma democracia para todos. Porém, para se alcançar o comunismo é necessário passar pela etapa socialista. No socialismo, a ditadura do proletariado é necessária para se romper com a resistência dos capitalistas.
Lênin discute essa questão muito bem, ainda no livro O Estado e a Revolução, quando diz: “A ditadura de uma classe é necessária, não só a toda a sociedade dividida em classes, em geral, não só ao proletariado vitorioso sobre a burguesia, mas ainda em todo o período histórico que separa o capitalismo da sociedade sem classes do comunismo” (Lênin, p.44).
Podemos ver então que a ditadura do proletariado é necessária enquanto não se extinguem as classes sociais. No período de passagem do capitalismo para a sociedade sem classes do comunismo, a ditadura do proletariado é necessária para quebrar a resistência da burguesia.
A ditadura do proletariado é então democrática para o povo e ditatorial para a burguesia, enquanto a democracia burguesa é “democrática” para a burguesia, porém ditatorial para o restante da população. Lênin continua a dizer: “A ditadura do proletariado, período de transição para o comunismo, instituirá pela primeira vez uma democracia para o povo, para a maioria esmagando ao mesmo tempo, impiedosamente, a atividade da minoria, dos exploradores. Só o comunismo está em condições de realizar uma democracia realmente perfeita” (Lênin, p. 111).
Porém, o que fazer para que essa ditadura do proletariado não se torne uma ditadura contra o proletariado? Na Rússia stalinista, a ditadura da classe trabalhadora tornou-se ditadura do partido único contra a toda a sociedade. Na Rússia, quebrou-se sim a resistência da burguesia, porém, também era perseguindo e acusando de contra-revolucionário a todos aqueles que não pensassem igual ao Partido. O socialismo soviético foi construído de forma unilateral e autoritária pelo partido e seus burocratas e não de forma dialética com a participação popular e de outros grupos ou até mesmo partidos de esquerda. Desta forma, os trabalhadores também passaram a ser reprimidos por essa nova ditadura e privados de sua liberdade.
O que fazer para que isso não ocorra novamente? A necessidade de repressão dos trabalhadores se deveu a não-conscientização dos mesmos. Vistos que muitos deles se encontravam alienados do processo político na época capitalista, ainda permaneceram alienados no socialismo. Desta forma, muitos deles poderiam passar para o lado da burguesia, influenciados pelo discurso demagogo e apelativo destes. A burguesia, em seu discurso, diz que na época do capitalismo existia liberdade e que agora o que existe é ditadura. A ditadura destina-se a classe burguesa, mas esta faz parte do povo acreditar que a ditadura é sob toda a sociedade. Desta forma, parte dos trabalhadores passa a apoiar a burguesia, existindo a necessidade então do Estado ampliar a sua ditadura a setores da população.
A única alternativa para que isto não ocorrer é justamente a conscientização dos trabalhadores. Antes de se por fim a ditadura política da burguesia é necessário por fim a ditadura ideológica da burguesia.
Necessitamos então primeiramente de uma revolução ideológica. É necessário que o povo se conscientize, pois caso o contrário, não haverá revolução. E como será essa revolução ideológica? Através das escolas? Também. A escola é uma forma de dominação burguesa, como já foi visto aqui. Por isso torna-se necessário que os marxistas invadam as escolas, principalmente nos ensinos de história, geografia, literatura, ciências sociais e filosofia. O ensino deve passar a favorecer a classe operária, e não a burguesia. Porém, é necessário também a conscientização por outras formas. Discursos públicos, panfletagem, peças teatrais, manifestações, greves, dentre outros. O partido, no qual devem se agrupar os revolucionários tem de realizar tais funções. Atualmente, a maioria dos partidos da esquerda brasileira limita-se a reuniões e congressos no qual participam apenas intelectuais pequeno-burgueses. O linguajar utilizado por esses partidos são por demais teóricos e complicado. Um partido comunista tem de se expandir. Chamar a atenção das classes mais baixas. Recrutar membros nos colégios, faculdades, fábricas, associações de trabalhadores, etc. Abrir sua visão única de mundo, para uma mais diversificada com o objetivo de também atingir setores religiosos.
Em outras palavras, o partido tem de se reformular, abandonar o modelo de socialismo do século XX e abrir-se para uma nova visão de mundo além do bolchevismo. Aplicar a dialética, pensar na aplicação de um socialismo brasileiro. Tem também de se unirem uns aos outros, ultrapassando a velha discussão sem sentido sobre Stalinismo X Trotskysmo. Só com união e reformulação, o movimento comunista brasileiro estará apto a levar adiante o comunismo para a América latina e para o mundo. Caso contrário, o comunismo estará condenado a ser uma lembrança distante na história mundial.
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Está ae galera. Assim eu completo o meu texto com este segundo capítulo. Abraços, feliz natal.
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Democracia e Ditadura
I – Democracia e ditadura no capitalismo
Em que reside a democracia no capitalismo? Em democracia para os ricos e para as classes dominantes, em decorrência da ditadura e falta de liberdade para as classes trabalhadoras. A democracia burguesa se baseia na crença de que o multipartidarismo garante a democracia e liberdade para o povo. Porém, quem tem condições de ocupar-se com política? Quem tem tempo de estudar sobre a situação política de seu país? Quem pode receber uma boa educação em um bom colégio para poder entender a situação política, história e econômica de seu país? A burguesia, logicamente. Desta forma, a democracia na sociedade capitalista destina-se unicamente para a burguesia.
Lênin, revolucionário russo e estadista soviético, discute essa questão em seu livro O Estado e a Revolução quando diz: “os escravos assalariados de hoje, em conseqüência da exploração capitalista, vivem por tal forma acabrunhados pelas necessidades e pela miséria, que nem tempo têm para se ocuparem de ‘democracia’ ou de ‘política’, no curso normal e pacífico das coisas, a maioria da população se encontra afastada da vida política e social” (Lênin, p. 107).
Assim, vemos que no capitalismo existe democracia para a burguesia, porém, ditadura para o restante da sociedade. Esta ditadura burguesa não se da somente no campo político. Está presente também no campo ideológico. Na verdade, a ditadura política submete-se a ditadura ideológica.
A ditadura burguesa ideológica começa logo na infância. As escolas são na verdade campos de doutrinação burguesa com um ensino monótono, autoritário, positivista, acrítico, factual e desprovido de lógica. Quando você passa a acreditar que a educação burguesa é a única e imutável forma de ensino, você passa a ter repulsa a qualquer tipo de educação e leitura. A educação extremamente chata aplicada nos colégios de forma autoritária tem como objetivo desestimulá-lo a ler, a pensar e a questionar.
É dito nos colégios: “você tem de estudar para passar no vestibular”. Porém, não nos ensinam a questionar o porquê de não haver educação gratuita ao alcance de todos. É dito: “você tem de votar em bons candidatos, não pode ser um alienado político”. Porém, não ensinam nas escolas o que faz um deputado ou para que serve um senador. Não ensinam política.
Assim, você começa a achar que se não passou no vestibular a culpa é inteiramente sua, somente sua. Acha que se a política não está boa é simplesmente porque você não votou em bons candidatos. A imagem que você recebe é de que não há nada de errado com a sociedade ou com o sistema, mas sim com você mesmo. Se você é pobre, é porque você não se esforçou o suficiente. Se você persistir, você poderá ser rico como o cidadão modelo.
Desta forma, a escola cumpre o seu dever de levar o ser humano a se subordinar ao sistema capitalista. O que se ensina é se integrar ao sistema, e não mudar o sistema. Porém, a verdade é que a culpa de todos os nossos males e da sociedade é justamente este mesmo sistema capitalista ao qual todos buscam se integrarem.
A ditadura ideológica continua em outros aspectos culturais da sociedade para que você perceba o capitalismo como um modelo único para a sociedade. Para que você ache que o capitalismo é eterno e que nunca poderá ser alterado. Para que você acredite que a sociedade sempre foi assim e sempre será. Que sempre existiram ricos e pobres, violência, corrupção, guerras e que nada poderá alterar a ordem das coisas.
Utilizaremos aqui o exemplo de filmes e programas de TV para explicar como funciona melhor essa dominação ideológica. Nos filmes futurísticos sempre nos passam a imagem de uma sociedade desenvolvida tecnologicamente e com grandes instrumentos modernos. Porém, o que não se alteram nesses filmes ou programas são as relações sociais. Nesses filmes, ainda existem ricos e pobres, ainda existem relações comerciais, ainda está presente a exploração e a pobreza. Vemos isso melhor em filmes futuristas como Minority Report - A Nova Lei, De Volta Para o Futuro, O Homem Bicentenário, Eu Robô, Futurama, dentre outros.
E não só filmes futurísticos, mas também outros como Flinstons, Família Dinossauro, Guerra nas Estrela. Tais filmes tem como objetivo nos convencer de que desde os primórdios da humanidade, e em qualquer lugar do universo, o modelo de realidade existente é o capitalismo e que ele nunca será alterado.
A ditadura ideológica está presente também nas propagandas que nos convence de que você só é alguém se consumir. Assim, toda a sua vida é dedicada ao consumo. O modelo de felicidade estabelecido no capitalismo é do ser bem sucedido economicamente. Ganhar na loteria também vale como modelo de felicidade. O empresário bem sucedido, eis o modelo a seguir.
Para tal, você terá de trabalhar. A sua vida passa a girar então em torno do trabalho. Você vive para trabalhar e não pensa no valor social de seu trabalho e em que isso vai ajudar ao próximo. Pensa-se sim na gratificação financeira. O capitalismo doutrinando então a colocar o “eu” em primeiro lugar gera o individualismo. Pense somente em si. Que o outro “se vire”, como você também está “se virando”.
Pensando somente no “eu”, faço uma pergunta: “porque pensar em política?” A política é um órgão social que tem por objetivo regular os interesses da sociedade como um todo. Porém, como a ditadura ideológica do capitalismo ensinou a pensar somente em si, a política não desperta muito interesse, visto que é um órgão coletivo. É neste sentido que a ditadura política está subordinada a ideológica.
A participação popular na dita “democracia” está restringida ao voto. Mas esta própria participação limitada pelos trabalhadores na política tem de ser estritamente controlada e manipulada.
Segundo Paul Valéry, filósofo e poeta francês, “a política foi, inicialmente a arte de impedir as pessoas de se ocuparem do que lhes diz respeito. Posteriormente, passou a ser a arte de compelir as pessoas a decidirem sobre aquilo de que nada entendem.”
Se uma pessoa não sabe o que faz um deputado federal, como ela pode ter discernimento para eleger um? Se não entende a diferenciação entre partidos de esquerda e de direita, como poderá ter coerência no voto? Assim, o ano de eleição é marcado pelo grande esforço das classes dominantes de alienar o eleitor do processo eleitoral.
Os debates entre os candidatos ocorrem sempre tarde da noite e bem próximo ao dia da votação. Os debates são compostos por falatórios sem sentido e acusações mútuas. Os poucos eleitores que assistem não compreendem o que está sendo dito, votando então no que usou de mais demagogia e fez mais promessas.
Não se têm vez no processo eleitoral os partidos verdadeiramente de esquerda. Estes são isolados da disputa nas eleições. Não tem espaço para os candidatos que querem verdadeiramente alterar o sistema capitalista, este que é a causa verdadeira dos nossos males. Assim, quando a mesma corja de políticos de sempre chega ao poder, a mídia torna a colocar a culpa no povo, dizendo que a política está assim porque o povo não soube votar.
O povo então acha que nenhuma mudança é possível vinda de si mesmo. Passa a depender inteiramente de seu líder. Acha que a “democracia” limita-se as urnas. Assim, o trabalhador alheia-se por completo da política brasileira, fincando esta a cargo dos grandes burgueses. Esta é a ditadura política burguesa. Os trabalhadores não têm participação nela. Porém, a burguesia chama de democracia justamente porque é uma democracia para a eles. Democracia para os burgueses votarem e serem votados, liberdade para explorar, liberdade para manipular. Liberdade para lucrar. Está é a liberdade da burguesia.
O cientista político brasileiro Francisco Weffort diz em seu livro O Populismo Na Política Brasileira: “A massa volta-se para o Estado a espera dele ‘o sol ou a chuva’, ou seja, entrega-se de mãos atadas aos interesses dominantes”. Ao depositar o seu voto nos burgueses que dominam a cena política de nosso país, o proletariado resolve se entregar totalmente à mercê da classe dominante.
No Brasil, os dois candidatos da situação nas eleições presidenciais de 2010 eram Dilma (PT) e Serra (PSDB). Nenhum dos dois candidatos apresentaram em seus programas sinais de que quando chegassem ao poder, iriam romper com o sistema neoliberal estabelecido. Buscavam simplesmente dar continuidade ao sistema, “melhorar o sistema”. Mas como já foi dito aqui, é o próprio sistema capitalista a origem dos males. Tem de se destruir o sistema para que a condição de vida da população melhore. Mas isto não é dito para o trabalhador, e nem discutido nos debates.
A mídia, antes mesmo de quaisquer notícias mais esclarecedoras sobre as eleições, já mostrava em suas pesquisas eleitoreiras e manipuladas que Dilma e Serra estavam na frente e que votar em qualquer outro era perda de tempo, pois só Dilma ou Serra tinham possibilidade de vitória. Desta forma, já excluíam qualquer outro do sistema eleitoral. Desta forma, a burguesia conseguiu colocar na disputa dois candidatos que representariam somente ela mesmo.
Para a direita esclarecida, o governo lulista foi muito bom, colocando os pobres em seu devido lugar, na fila para esmolas, que para os pobres se chamava Bolsa-Família. Para os mais reacionários, o governo do PT ainda é visto como desconfiança preferindo-se votar no Serra. Mas até a direita mais esclarecida atiça a disputa PT X PSDB, fazendo os trabalhadores acreditarem que é uma questão de vida ou morte votarem em Dilma, sendo que tanto um quanto o outro estão a serviço da burguesia.
Com acusações diretas da burguesia a Lula e ao PT, muitos se posicionaram a favor de Dilma, achando que esta estaria a favor do povo. Porém, tanto Dilma quanto Serra são bonecos controlados pela grande burguesia. A classe que detinha o poder no governo Fernando Henrique eram a burguesia e os latifundiários. Oito anos após o início do governo Lula, a mesma classe contínua do poder. Assim, aqueles que votaram na candidata de Lula, apoiaram a continuidade desta classe no poder, o tratamento de pobres como mendigos a espera de esmolas, a repressão e a não efetivação da reforma agrária. Entregaram toda a sua autonomia ao Estado e a burguesia.
Sobre isso, cabe-nos colocar aqui trechos da obra de Bakunin chamada A Ilusão do Sufrágio Universal. Segundo Bakunin, “o povo não tem tempo livre ou educação necessária para se ocupar de governo. Já que a burguesia tem ambos, ela tem de ato, se não por direito, privilégio exclusivo. É verdade que, em dia de eleição, mesmo a burguesia mais orgulhosa se tiver ambição política deve curvar-se diante de sua Majestade, a Soberania Popular. Mas, terminada a eleição, o povo volta ao trabalho, e a burguesia, a seus lucrativos negócios e às intrigas políticas. Não se encontram e não se reconhecem mais. Como se pode esperar que o povo oprimido pelo trabalho e ignorante da maioria dos problemas, supervisione as ações de seus representantes?”.
Vendo que existe um obstáculo enorme entre os políticos e o povo, como esperar que estes representem a classe trabalhadora? Os políticos dominam o poder de Estado justamente para poder oprimirem os pobres e cuidarem de seus próprios negócios. Desta forma, passaremos a discutir no próximo capítulo, porque a democracia só poderá ser verdadeira no socialismo e qual o papel da ditadura no socialismo.
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P.S. Olá amigos. Esse é o primeiro capítulo de um texto que eu escrevi sobre Democracia e Ditadura. no primeiro capítulo eu tratei de discutir ditadura e democracia no sistema capitalista. no segundo discuto sobre democracia e ditadura no socialismo. O segundo capítulo é menor do que esse último que acabei de postar no blog. não coloquei tudo junto se não iria ficar muito grande. Espero que gostem do texto e leiam até o final. Voltem depois para ler o segundo capítulo. E só uma coisa: comentem nos posts. Isso ajuda aos editores do blog a ver que tem gente interessada nos textos e ver a opinião de cada um sobre o assunto. Nos incentiva também a manter o blog vivo.
Sobre o Aniversário de Stálin que foi hoje/ontem (21 de dezembro), acho que não merece nada de especial aqui no blog. Stálin deturpou o socialismo, e hoje em dia ele tem o nome manchado por causa dele. Então, prefiro postar esse texto do que algo sobre stálin. Abraços camaradas, e bom natal.
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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Bullying
Pais, responsáveis e professores: Vocês já pararam para pensar no motivo que leva as pessoas a praticarem o bullying? Vocês já se perguntaram porque existe um valentão na escola ou alguém que fica se achando o maioral e pensa que tem o direito de pisar em todo mundo? Essa pessoa não é apenas um idiota, é um capitalista.
O que o sistema capitalista prega? Que a fama e o status são coisas para serem alcançadas pois só assim você será incluído na sociedade. Então, pais e professores, os ''bulinistas'' praticam esses atos pois vêem neles um modo de subir na vida. Vou explicar: Quando você tira sarro de alguém você está mostrando sua superioridade sobre aquela pessoa para as pessoas que estão ao seu redor, isso faz aquelas pessoas te admirarem e te acharem ''o foda''. Quando você espanca alguém você quer mostrar que é superior à pessoa que você espancou, isso também faz as pessoas te acharem ''o foda''. E acreditem, para ganhar status e fama as pessoas fazem QUALQUER coisa, inclusive pisar em cima dos outros.
No socialismo não existem melhores nem piores, todos são iguais no quesito de status, portanto, não existe bullying no socialismo. A questão do bullying não pode ser resolvida com uma simples conscientização dos estudantes pois os alunos vão pensar: ''foda-se, isso tras fama e status pra mim e ser bonzinho é coisa de nerd''. O único jeito é acabar com o bullying é acabar com a sociedade de classes, a qual é baseada no ganho de status social ( o qual na verdade não existe!) e competição para ser o melhor.
O que o sistema capitalista prega? Que a fama e o status são coisas para serem alcançadas pois só assim você será incluído na sociedade. Então, pais e professores, os ''bulinistas'' praticam esses atos pois vêem neles um modo de subir na vida. Vou explicar: Quando você tira sarro de alguém você está mostrando sua superioridade sobre aquela pessoa para as pessoas que estão ao seu redor, isso faz aquelas pessoas te admirarem e te acharem ''o foda''. Quando você espanca alguém você quer mostrar que é superior à pessoa que você espancou, isso também faz as pessoas te acharem ''o foda''. E acreditem, para ganhar status e fama as pessoas fazem QUALQUER coisa, inclusive pisar em cima dos outros.
No socialismo não existem melhores nem piores, todos são iguais no quesito de status, portanto, não existe bullying no socialismo. A questão do bullying não pode ser resolvida com uma simples conscientização dos estudantes pois os alunos vão pensar: ''foda-se, isso tras fama e status pra mim e ser bonzinho é coisa de nerd''. O único jeito é acabar com o bullying é acabar com a sociedade de classes, a qual é baseada no ganho de status social ( o qual na verdade não existe!) e competição para ser o melhor.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
O Capitalismo sobreviverá? O papel do socialismo no séc. XXI
O final do século XX foi marcado por grandes perdas por parte da esquerda mundial. Isso se traduz pelo fim da União Soviética e das repúblicas socialistas do leste europeu. Tal fato levou Fukuyama a declarar o fim da história, com a vitória do neoliberalismo.
Porém, seria o capitalismo verdadeiramente eterno e único sistema viável para o mundo? Vemos que o capitalismo não consegue responder questões básicas da sociedade, como um padrão de vida digno para as classes trabalhadoras, sistema de saúde universal, moradia e empregos. Exigências básicas para a sobrevivência e bem-estar humanos. Não consegue garantir nem o que esta escrito na própria constituição brasileira. Como pretende então ser o capitalismo um modelo viável para a humanidade?
O capitalismo é radical, pois mata, explora e aliena grande parte da humanidade para que uns poucos lucrem. O socialismo luta por nada além dos direitos básicos para que cada pessoa possa viver dignamente, sem ser usado como força de trabalho para enriquecer outrem.
O capitalismo, em sua radicalização, não se preocupa com um futuro para a humanidade. O capitalismo por si mesmo não tem como sobreviver para sempre. E não se trata aqui de querer adivinhar o futuro. O esgotamento dos recursos naturais, a destruição do meio ambiente e do próprio planeta, já não garante um futuro certo para a raça humana. A crise econômica de 2008 agora entra em uma nova fase, com uma guerra cambial entre china e Estados Unidos Esses dois países também são potência em termos militares, podendo tal conflito passar para uma disputa armada por razões puramente econômicas (como sempre).
O capitalismo não é capaz de assegurar a paz entre as nações, já que estas vivem em constante competição por mercados. Mesmo sem a explosão de um conflito armado em larga escala no momento, não podemos deixar de nos preocupar com o escaceamento das florestas, águas e terras férteis. O capitalismo destrói sem se preocupar com o amanhã, sempre ligado no hoje, no agora. Porém, nosso planeta é um só, e nós estamos o destruindo, ou pelo menos estamos deixando que façam isso, sem nos preocuparmos, ainda com a cara de pau de dizer que não é problema nosso.
No ano 3000 não existirá mais florestas, animais, água potável e a própria humanidade, se a devastação capitalista continuar. Talvez a grande escassez de alimentos seja acompanhada por uma guerra mundial, mas a certeza é de que o capitalismo não pode sobreviver para sempre.
Porém, o fim do capitalismo não garante que a sociedade seguirá um rumo melhor. Se o capitalismo se esgotar por si próprio, o que restará será simplismente fascismo, caos ou barbárie (ou tudo junto).
O socialismo toma então o papel de impedir que isso aconteça. O socialismo guiará a sociedade a um caminho seguro, impedindo a auto-destruição. Até os animais vivem sem ofender a natureza. Seriamos então nós os irracionais que cospe e espanca a própria mãe depois dela nos ter concebido?
No socialismo, o homem viverá de acordo com os limites da natureza e a respeitará. Cada um vivendo conforme sua necessidade e não conforme sua ambição. Sua liberdade terminará quando começar a do seu próximo.
Os socialistas tem agora o futuro de toda a humanidade em suas mãos. Tem a missão de impedir a barbárie capitalista e garantir um futuro melhor. Caso contrário, estaremos todos condenados. E isto não é radicalismo, mas sim extrema necessidade. Socialistas de todo o mundo, apressai-vos.
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Novo membro do Blog
Devo eu anunciar aqui a adesão de um novo membro, o camarada NERSO, que agora estará nos ajudando nas postagem dos textos. Agora fica assim a equipe do Blog: Eu (Rafael), Celso Maciel e Emerson (Nerso). Abraços camaradas. espero que continuem acompanhando o blog.Obrigado a todos. Seja bem vindo camarada Nerso.
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